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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"Não sou contra os cargos comissionados, mas sim contra a contratação de mais CCs, como no atual governo", diz Ana Amélia Lemos

A candidata do Partido Progressista (PP) ao governo do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, é a entrevistada de hoje, dentro da série do blog Gazeta Gringa promovida com os principais concorrentes ao Palácio Piratini desde o inicio da semana. 

Ao blog, a senadora evitou comentar as comparações com a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), se comprometeu a trabalhar melhor a reforma do Ensino Médio, dentre outras propostas. 

Nascida em Lagoa Vermelha, no Norte do Estado, Ana Amélia tem 69 anos e é formada em Comunicação Social - Jornalismo. Sem filhos, iniciou sua trajetória política em 2010, quando foi eleita senadora. 

:: ANA AMÉLIA LEMOS
Coligação: Esperança que Une o Rio Grande (PP/SD/PSDB/PRB)
Nascimento: 23/03/1945
Número: 11
Vice: Cassiá Carpes (SD)
Senadora: Simone Leite (PP) - 111 




Leia abaixo a entrevista com a candidata Ana Amélia Lemos: 

Gazeta Gringa: Por que a senhora se candidatou ao governo do Rio Grande do Sul?
Ana Amélia Lemos: A minha candidatura não é um projeto pessoal. Se dependesse apenas da minha vontade continuaria defendendo os interesses do Rio Grande do Sul no Senado. Na verdade, constituiu-se um projeto coletivo do Partido Progressista, abraçado também pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), pelo Solidariedade (SD) e pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB) e consolidou-se pelas convergências e não pelas conveniências. Houve o entendimento de que eu represento as bandeiras que nos unem e que trazem um forte aceno de esperança por um futuro melhor para o Rio Grande.

Gazeta Gringa: Muitos creditam a sua candidatura ao fato de a senhora ter trabalhado no Grupo RBS por mais de 30 anos. Além disso, ligam sua sigla à ditadura militar e o seu nome à gestão de Yeda Crusius. Como a senhora pretende mudar a visão e conseguir a confiança desses eleitores, mesmo liderando as pesquisas de intenção de voto?
Ana Amélia: Os eleitores gaúchos não votaram na RBS, votaram na Ana Amélia, mas não renego o passado, nem minha trajetória como jornalista, que me proporcionou grande conhecimento da realidade gaúcha e brasileira. Esse acúmulo de experiência foi de grande valia no meu trabalho no Senado, tanto assim que nesses quatro anos de mandato recebi vários reconhecimentos pela atuação em favor das melhores causas. Quanto às outras críticas e à relação com governos anteriores - que tiveram seus méritos e suas dificuldades - prefiro olhar para frente e direcionar minhas energias para a construção de um Estado mais generoso e mais igual para todos. O fato de o PP ser considerado um partido conservador não abala minha posição. Por eu fazer parte de um partido conservador não significa que minha cabeça seja conservadora e a prova está que apoiei uma candidata comunista à Prefeitura de Porto Alegre, numa inflexão que poucos entenderam à época. A minha cabeça pode ser diferente, eu posso buscar entendimentos com as pessoas, mesmo de campos ideológicos diferentes do que represento. Assim, não é o caso de mudar a visão e a confiança do eleitor. A liderança em todas as pesquisas mostra que o eleitor está entendendo nossa mensagem e apoiando nossas propostas. 

Gazeta Gringa: A questão da dívida pública do Rio Grande do Sul norteia as discussões do presente e do futuro do Estado. Qual a melhor maneira de solucioná-la? Como a senhora vê e tentará resolver essa situação? 
Ana Amélia: Vamos dar atenção prioritária à questão da dívida que impacta a vida do Rio Grande do Sul de várias formas, representando os investimentos necessários em infraestrutura, na Educação, na Saúde e na Segurança. Além disso, o Estado está se endividando cada vez mais, contraindo novos empréstimos sem que esse processo resulte em melhores serviços para os gaúchos. Por isso, vamos ficar atentos à promessa do governo federal de votar em novembro o projeto de redução dos juros da dívida. Estamos articulados no Legislativo para avaliar a matéria sob o ponto de vista dos interesses do Rio Grande. Sou membro da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e presidente da subcomissão de Assuntos Municipais que, de alguma maneira, tem importância nessa matéria que trata da mudança do indexador da dívida. De outro lado, já temos protocolado no Congresso um projeto de lei que visa abater a dívida do crédito que o Estado possui com as exportações. Trata-se de uma solução engenhosa pela qual o Estado quitaria sua dívida através da compensação pelo crédito não pago que possui com a União, referente à Lei Kandir. Em resumo, seria trocar o nosso débito pelo nosso crédito.


"Vamos valorizar as vocações regionais, fomentando o empreendedorismo e as iniciativas empresariais com foco na inovação"

Gazeta Gringa: A situação da Educação no Estado também é pauta recorrente nos debates. Você pretende suspender ou trabalhar melhor a reforma no Ensino Médio? Sobre o Piso, faz a promessa de pagá-lo? 
Ana Amélia: Vamos trabalhar melhor a reforma no Ensino Médio, buscando os aperfeiçoamentos necessários e que venham ao encontro da qualidade da Educação pública gaúcha que estamos propondo. Uma das propostas prevê a valorização e ampliação do Ensino Profissionalizante em nível médio, como encaminhamento dos nossos jovens ao mercado de trabalho. Em relação ao Piso do magistério tenho reafirmado - e deixei isso muito claro no recente encontro que tive com a direção do Centro de Professores do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato) - que faremos um esforço extraordinário, reduzindo gastos em áreas não essenciais do governo, a fim de conseguirmos garantir esse pagamento. Estou convencida que as lideranças do magistério compreenderam minha posição.

Gazeta Gringa: Você vem afirmando que os projetos bons criados pela atual gestão serão mantidos, sem mudança de nome, caso a senhora seja eleita. Diz, basicamente, que continuará com o que é bom. Baseado nisso, pretendes continuar oferecendo o RS Mais Igual, programa criado por Tarso, para famílias de baixa renda, a fim de erradicar a miséria no Rio Grande do Sul?
Ana Amélia: Reafirmo o que tenho dito: os programas do atual governo que consideramos eficazes, que realmente produzem resultados para a população, serão mantidos e aperfeiçoados, mantendo-os, inclusive, com o mesmo nome. O RS Mais Igual, como todos os programas dessa natureza, serão objetos da análise dos nossos técnicos, na perspectiva de continuidade, mas ampliando os objetivos, de forma a contribuir para a ampliação dos beneficiários. 

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Gazeta Gringa: Ao mesmo tempo em que regiões como a Grande Porto Alegre e a Serra Gaúcha são grandes polos de geração de empregos, outras como a Campanha e a Fronteira Oeste, sofrem com a falta de oportunidades, gerando a migração. De que forma você pretende gerar empregos nesses locais? 
Ana Amélia: Geração de emprego se viabiliza com crescimento econômico, mais desenvolvimento e combate às desigualdades regionais. Nas regiões mais pobres, vamos valorizar as vocações regionais, fomentando o empreendedorismo e as iniciativas empresariais com foco na inovação, apoiando os micros e pequenos empresários e melhorando a infraestrutura como forma de atrair novos investimentos que vão gerar emprego e renda, criando um círculo virtuoso. Daremos atenção especial às ações que mantenham o jovem no campo, apoiando o agronegócio e a agricultura familiar e levando mais tecnologia para a zona rural. 

Gazeta Gringa: A senhora tem criticado em sua campanha os chamados cargos de confiança. Em entrevista ao jornal Metro, disse que pretende cortar logo de cara 5 dos 6 mil existentes atualmente. Por que não extinguir todos? 
Ana Amélia: O que precisa ser entendido é que eu não sou contra os cargos comissionados, mas sim contra a contratação de mais CCs, como no atual governo, em quase mil cargos, e contra a ocupação de cargos técnicos por CCs indicados politicamente sem terem a devida capacitação para a função e gerando gastos para o Estado. Esses gastos devem ser direcionados para as áreas afins do governo, como Saúde, Educação e Segurança. Por isso, a escolha que faremos para os cargos gerenciais levará em conta prioritariamente a qualificação técnica do indicado. De outra parte, pretendemos valorizar o quadro de servidores, estimulando para que se capacitem mais ainda. 

"Na questão da proteção à mulher propomos ampliar vagas em casas de acolhimento para as vítimas de violência, além de mais Delegacias da Mulher"

Gazeta Gringa: Quando Yeda governava o Estado, apenas 22% dos homicídios eram elucidados. Com Tarso, o percentual subiu para 72%. Quais são as suas propostas para a segurança pública, desde a prevenção da violência, passando pela solução de ocorrências, e indo até possíveis soluções para o déficit de vagas no sistema carcerário e presídios lotados? 
Ana Amélia: As medidas que propomos passam pela recomposição do efetivo policial de acordo com os indicadores de criminalidade do Estado, para atender as pequenas, médias e grandes cidades, e estruturar concursos para o quadro de suplentes com o intuito de preencher, de forma mais eficaz, os números de evasão operacional. Hoje a defasagem de PMs entre o efetivo previsto chega a 40%. Assim poderemos implantar a ação Polícia na Rua, que vai significar cidadãos mais protegidos, com a retomada e a ampliação das operações policiais específicas permanentes - Lei Seca e Transporte Seguro, por exemplo -. A melhoria das operações prevê ainda investimentos em tecnologia e sistema de inteligência, integrados com os de outras forças de segurança, reequipamento dos agentes e capacitação permanente. Já a ação Fronteiras Protegidas propõe operações policiais de fronteira em parceria com a Polícia Federal e organismos policiais do Uruguai e da Argentina, evitando a proliferação do tráfico de drogas, armas e munições. Vamos trabalhar pela redução do déficit prisional, com a construção de presídios regionais e a recuperação dos já existentes, aumentando o número de vagas, garantindo condições humanas aos apenas e exercendo maior controle sobre o sistema.

Gazeta Gringa: Se eleita, a senhora será a segunda mulher a governar o Estado. Quais serão as suas políticas para elas? 
Ana Amélia: Nosso Plano de Governo, que está em fase final de elaboração, prevê uma série de ações voltadas à mulher que, cada vez mais, vem assumindo o papel de chefe de família. Hoje, a população do sexo feminino no Rio Grande do Sul atinge 50,92%. Na questão da proteção à mulher propomos ampliar vagas em casas de acolhimento para as vítimas de violência, além de mais Delegacias da Mulher, entre outras iniciativas. Importante também ampliar as formas de acesso das mulheres ao mercado de trabalho e uma atenção toda especial na área da Saúde. Nesta área, propomos construir uma rede público-privada para atenção de questões específicas de Saúde, prioritárias do ponto de vista epidemiológico como, por exemplo, o câncer de mama e de colo de útero, para o diagnóstico precoce, e ampliar as equipes de Saúde da Família para ações preventivas. O atendimento materno-infantil será prioritário, com ações voltadas à atenção pré-natal, extensiva ao parto, ampliação de programa de prevenção e recuperação nutricional para gestantes, nutrizes e crianças menores de um ano, incentivo ao aleitamento materno, entre outras ações.

Gazeta Gringa: Por que a senhora merece o voto dos gaúchos? Deixe suas considerações finais aos leitores do blog.
Ana Amélia: Porque trazemos uma mensagem de esperança e de união para os gaúchos em torno de uma causa comum que é proporcionar condições para que o nosso Rio Grande volte a crescer e garantir um futuro melhor para todos. Porque estou preparada, não apenas para o governar o Estado, mas também para mudar a forma de governar, tornando-o mais eficiente para apresentar os resultados que os cidadãos necessitam e almejam. Porque não temos um projeto de poder, mas de gestão e de governo para todos e não para um partido somente. E porque, nesse contexto, temos as melhores propostas e vamos formar uma equipe técnica altamente qualificada para que os gaúchos voltem a confiar e a se orgulhar do seu Estado.

Nota: A assessoria de Ana Amélia, conforme havia sido combinado no momento em que a proposta de entrevista foi apresentada, há cerca de um mês, não enviou as fotos da candidata respondendo aos questionamentos.

Agradecimento: Anna Fonseca - Assessoria de Imprensa
Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Divulgação

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