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terça-feira, 16 de setembro de 2014

"É preciso recuperar a auto-estima dos professores", diz José Ivo Sartori

Com um discurso de campanha baseado principalmente nas suas conquistas de sua gestão à frente da Prefeitura de Caxias do Sul e defendendo investimentos em Educação e Segurança Pública para instalar no Rio Grande do Sul o que define como "Cultura de Paz", José Ivo Sartori, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), é o segundo dos cinco principais concorrentes ao governo do Estado entrevistado pela Gazeta Gringa

Nascido em Farroupilha e formado em Filosofia, Sartori tem 66 anos e iniciou a vida pública em 1976, quando foi eleito vereador em Caxias do Sul. Sempre filiado a mesma sigla, elegeu-se deputado estadual em 1982, sendo reeleito em 1986, 1990, 1994 e 1998 para, em 2002, se tornar deputado estadual.

Casado com a deputada estadual Maria Helena Sartori, com quem tem dois filhos, elegeu-se prefeito de Caxias do Sul em 2004, cargo que ocupou até 2013, depois de ter sido reeleito em 2008.

:: JOSÉ IVO SARTORI
Coligação: O Novo Caminho para o Rio Grande
(PMDB/PSD/PSB/PPS/PHS/PTdoB/PSL/PSDC)
Nascimento: 25/02/1948
Número: 15
Vice: José Paulo Cairoli (PSD)
Senador: Pedro Simon (PMDB) - 151 

>> Roberto Robaina: "O governo de Tarso Genro lamentavelmente manteve e sustentou o sistema da dívida pública"

Leia abaixo a entrevista com José Ivo Sartori:

Gazeta Gringa: Por que o senhor se candidatou ao governo do Rio Grande do Sul? 
José Ivo Sartori: Todo homem público aspira a ambição maior de governar o seu Estado, ter à sua frente o destino de sua gente. Ainda mais alguém que, há mais de 30 anos, tem como seu trabalho perseverar pelo bem comum da gente gaúcha. Os rio-grandenses estão prontos a apoiar a quem se disponha a enfrentar o desafio das mudanças de atitude e de comportamento sem otimismo fácil, sem espírito de seita, sem promessas irresponsáveis ou personalismos midiáticos. Por esta razão, nosso empenho é em ter uma visão clara dos problemas econômicos e sociais a enfrentar, dos caminhos políticos e institucionais a seguir, apresentando propostas claras e viáveis para governar nosso Estado.

Gazeta Gringa: O senhor cita as conquistas na Prefeitura de Caxias do Sul, como a erradicação do analfabetismo e o Orçamento Participativo. Sua gestão foi marcada por abertura de ruas, novas rotatórias e o pioneirismo da cidade em se tornar a primeira do país a contar com a coleta mecanizada de lixo. É possível fazer isso e muito mais para um contingente de mais de 11 milhões de pessoas, visto que o Rio Grande do Sul tem o empecilho da dívida com a União?
Sartori: Com certeza! Com muito orgulho, cito o sucesso de nossas duas administrações à frente de Caxias do Sul para mostrar que é possível governar com criatividade, com participação, com competência e com inovação. Caxias foi um belo exemplo de como podemos fazer à frente do governo do Estado para resolver problemas que há quatro anos aguardam solução do governo e encontram-se no mesmo estágio que se encontravam, por exemplo, na eleição passada. A questão da dívida é o maior exemplo. Mesmo o chamado "alinhamento das estrelas" entre os governos petistas em Brasília e no Rio Grande não serviu para melhorar essa situação, ao contrário. O governador Tarso Genro vai entregar o governo com um déficit de R$ 10 bilhões, sem mais chances de contrair novos empréstimos e com dívidas pelas próximas décadas a serem quitadas por seus sucessores. Ele vai entregar o Estado muito pior do que recebeu.

"É preciso recolocar o Rio Grande do Sul no desenvolvimento"

Gazeta Gringa: A sua aliança é grande, maior até mesmo que a do atual governador. O senhor pretende, a partir dela, combater e evitar a polarização entre Ana Amélia e Tarso?
Sartori: Acho que a essa altura, nossa aliança, que já é a maior deste pleito, já se mostra evidentemente como uma alternativa viável de poder, não apenas com nossa candidatura ao Piratini, como a de Pedro Simon ao Senado e a de Marina Silva ao Palácio do Planalto. A conjuntura política atual é de cansaço com o modelo petista e seu modo hegemônico de dominar mentes e corações, considerando-se dono da verdade e senhor absoluto do raio e do trovão. O povo está dando claramente sua mensagem de que deseja mudanças em Brasília e nos Estados e nossa candidatura é a melhor alternativa que se apresenta. Quanto a aliança "O Novo Caminho para o Rio Grande", é importante que se saliente que ela também apresenta um conjunto de 194 candidatos a deputado estadual e 92 candidatos a deputado federal pelos oito partidos. E isso é muito importante, pois é uma garantia também para governarmos com base parlamentar.

Gazeta Gringa: Em entrevista ao Sul 21, o senhor disse que o seu primeiro ato ao assumir o governo "será arrumar a casa". A que o senhor se refere?
Sartori: Refiro-me à recuperação das finanças do Estado. É preciso recolocar o Rio Grande do Sul no desenvolvimento e para isso a primeira coisa a se fazer é um diagnóstico de toda a realidade financeira do Estado. Entender essa questão, sempre com muito diálogo, é fundamental na implementação dos projetos e resolução dos problemas do Rio Grande do Sul, sempre com o pensamento voltado em arrumar a casa.

Gazeta Gringa: Há décadas o Centro de Professores do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato) e o governo estadual vivem uma verdadeira queda de braço. Se eleito, como será a sua relação com os sindicalistas?
Sartori: Essa difícil relação do governo do Estado e as lideranças sindicais do magistério e o baixo desempenho de aprendizagem formam os dois maiores problemas da educação pública do Rio Grande do Sul. É preciso enfrentar as carências estruturais com a constituição de um sistema de planejamento detalhado e a elaboração de uma política de gestão dos recursos financeiros, operacionais humanos e pedagógicos. Os debates precisam ocorrer respeitosamente e com a cooperação de todos, como professores, servidores, alunos, pais e gestores públicos. Os professores merecem o Piso Salarial, cuja lei foi proposta e descumprida pelo atual governador, o que está gerando um passivo que chega a R$ 10 bilhões. É necessário um acordo entre Estado, magistério e sociedade para que a Lei do Piso possa ser cumprida, em melhoria das finanças públicas. Disso, depende um recrutamento qualificado, a diminuição da evasão docente e a melhoria da qualidade da educação. É preciso recuperar a auto-estima dos professores e devolver à escola um ambiente de boa convivência, onde os alunos sintam-se bem e busquem o protagonismo. 

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Gazeta Gringa: Nacionalmente, o PMDB está com Dilma, mas aqui apoia Marina Silva. Como apresentar essas divergências ao eleitor de forma transparente? 
Sartori: Não há outra forma a não ser essa: com transparência, honestidade e diálogo franco com o eleitor. O PMDB do Rio Grande do Sul sempre diferenciou-se em relação ao PMDB nacional e desta vez não foi diferente. Seria muito mais cômodo, sob todos os pontos de vista, estarmos alinhados com a direção nacional, que poderia oferecer inúmeras vantagens, mas não! Preferimos o caminho mais difícil, mas aquele que acreditarmos ser o melhor pelo Brasil e para o Rio Grande e por isso nosso apoio, desde o primeiro o momento, a Eduardo Campos e, depois, a Marina Silva.

Gazeta Gringa: Um estudo de junho mostra que o desmatamento da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul aumentou 43% no último ano. Quais serão as suas políticas para o meio ambiente?
Sartori: Tratar a questão ambiental com isenção de preconceitos, responsabilidade e autoridade técnica em favor do desenvolvimento humano, social e econômico. Essa é uma questão complexa, pois a Mata Atlântica se estende por 17 Estados, onde vive praticamente 70% da população. Mesmo assim, precisamos desenvolver políticas de recuperação da mata, pois somente entre 2012 e 2013 foram extintos mais de 230 km² desse bioma.

"Ele vai entregar o Estado muito pior do que recebeu"

Gazeta Gringa: O senhor tem se colocado a favor de investimento em educação para dar maior sensação de segurança à população. Como seria esse processo? 
Sartori: A educação é a principal responsável pelas transformações da sociedade. É preciso educar nossos jovens para a não violência, trabalhando a área da segurança junto às escolas, a fim de que as crianças cresçam para o que eu chamo de Cultura da Paz. Em Caxias do Sul, nós criamos as comissões internas de prevenção à violência escolar e digo que o conteúdo que hoje temos é de que realmente está se criando, junto a todos os organismos de segurança do município, a Cultura de Paz para a não violência. Para ampliar a segurança é preciso melhorar o efetivo mas, acima de tudo, acho que tem que se educar a população. É necessário que se invista em um ensino de qualidade, o que inclui a valorização dos professores, gestão escolar e modernização das estruturas. Em outra frente, é imprescindível o fortalecimento de programas permanentes de educação e prevenção do uso de drogas e álcool, ações que devem ser realizadas em conjunto com as prefeituras, organizações sociais e escolas públicas, sempre com foco em adolescentes e jovens. 

Gazeta Gringa: Haverá diminuição e/ou erradicação de tributos, se eleito?
Embora a situação do Estado seja de penúria pela política fiscal e financeira de absoluta irresponsabilidade do atual governo, não aumentaremos tributos. Erradicar impostos será uma decisão posterior, consequência da nova política fiscal que implementaremos.

Gazeta Gringa: Por que o senhor merece o voto dos gaúchos? Deixe suas considerações finais aos leitores do blog.
Sartori: Quero ser muito franco e sincero. Como os gaúchos me conhecem há mais de 30 anos, desde que me tornei conhecido em minha primeira eleição como vereador de Caxias do Sul, em 1976, acho, ainda, que nossas propostas são totalmente viáveis e factíveis, partindo do pressuposto de resolução da questão de nossa impagável dívida. O governo do Estado deve atuar de maneira consequente na melhoria de nossa infraestrutura, promovendo a formação intensiva de mão de obra com os diferentes níveis de qualificação, estimulando a produção e a difusão de pesquisas científicas e novas tecnologias e apoiar de maneira continuada a atração de novas empresas que contribuam para a diversificação de nossa matriz econômica.

Agradecimento: Karine Viana - Assessoria de Imprensa do candidato
Fotos: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Divulgação e O Novo Caminho para o Rio Grande/Divulgação 

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