Subscribe:

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A situação do Ensino Médio Politécnico nas principais escolas de Caxias do Sul

atualizado às 14h57, 19/04

Assim como milhões de estudantes do Rio Grande do Sul, eu peguei as mudanças no ensino médio desde o ano passado, quando estava no 1° ano. Desde 2012, a polêmica é grande, já que o governo estadual adicionou ao currículo escolar uma nova matéria, chamada de Seminário Integrado e diminuiu o número de aulas de matérias essenciais - como Português e Matemática - para quem vai prestar um vestibular ou fará o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Contatei alunos das principais escolas de Caxias e que se encontram especialmente no 2° ano do Ensino Médio Politécnico para saber quantas aulas os alunos têm de Português e Matemática - que se encontram no centro dessa polêmica -, quantas aulas de Seminário por área do conhecimento as turmas do ano correspondente têm e qual o horário de aulas no período da manhã.

Confira o resultado do levantamento: 

Alexandre Zattera (bairro Desvio Rizzo) - até a última edição da postagem o aluno contatado não respondeu as questões.

Apolinário Alves dos Santos (Sagrada Família) - O horário de entrada é às 7h30 e o de saída às 11h45. Artes e Educação Física não têm mais aulas práticas. -  Os alunos fazem apenas um ou dois trabalhos por trimestre nestas duas disciplinas. São seis aulas semanais de Seminário Integrado (três de Ciências Humanas e uma de Exatas, Linguagens e Matemática); os alunos da instituição têm três de Língua Portuguesa e Matemática.

Aristides Germani (Rio Branco) - É desta instituição que vem a mudança mais diferente da cidade: os alunos entram e saem no horário normal (7h30 às 11h55) e têm quatro aulas de Português, três de Matemática e duas de Seminário Integrado, que não é dividido em áreas do conhecimento, é uma matéria única e separada das outras, onde o aluno precisa montar um projeto tecnológico. Em todas as quartas-feiras, devido às mudanças, os segundos anos têm aula das 18h às 21h, com dois períodos de Língua Portuguesa e outros dois de Seminário.

Assis Mariani (Jardim Eldorado) - até a última edição da postagem o aluno contatado não respondeu as questões.

Cristóvão de Mendoza (Cinquentenário) - O turno da manhã na maior instituição de ensino de Caxias do Sul funciona das 7h20 às 12h30 e os alunos têm sete aulas de Seminário (duas de Linguagens e Matemática e uma aula de Ciências Humanas e da Natureza); são duas aulas de Matemática e três de Língua Portuguesa. A disciplina de Língua Espanhola também compõe a grade curricular de ensino do 2° ano da escola a partir deste ano.

Escola Estadual Técnica Caxias do Sul (EETCS) (Cidade Universitária) - O horário de entrada é às 7h e o de saída às 11h55. São quatro aulas de Língua Portuguesa e Matemática por semana e quatro de Seminário Integrado, que assim como o Aristides Germani e diferentemente de outras escolas, não é dividido por áreas do conhecimento, se mantendo assim uma matéria única e separada. 

Emílio Meyer (Exposição) - Os alunos têm aula das 7h20 às 12h20; são nove aulas de Seminário Integrado (três de Linguagens, duas de Matemática, Ciências Humanas e da Natureza), duas de Matemática e três de Língua Portuguesa. Nenhuma disciplina foi retirada do currículo escolar. A reforma no ensino proporcionou a adição da Língua Espanhola junto à grade de matérias.

Evaristo de Antoni (São José) - O turno da manhã na instituição de ensino funciona das 7h20 às 12h20 e os alunos têm duas aulas semanais de Português e Matemática. Quanto ao Seminário Integrado, são oito aulas semanais (duas de Ciências da Natureza, Exatas, Humanas, Linguagens e Matemática)

Imigrante (Bela Vista) - As aulas começam às 7h25 e terminam às 12h25. São oito aulas de Seminário por semana (duas aulas de Ciências Exatas, Humanas, da Natureza e Matemática). Língua Portuguesa e Matemática têm duas aulas semanais cada. 

Olga Maria Kayser (Kayser) - Nesta escola, as aulas vão das 7h20 e se estendem até às 12h10 e os alunos têm três aulas semanais de Português e duas de Matemática. Quanto ao Seminário, são oito aulas por semana, onde o aluno deve fazer uma invenção ou executar um projeto que englobe todas as matérias presentes no currículo escolar. Devido as mudanças, foi retirada uma aula de Educação Física e adicionada à grade uma aula de Língua Espanhola.

Santa Catarina (Santa Catarina) - O horário de aula é das 7h15 às 12h15. São duas aulas de Seminário, em que os alunos executam o "Projeto de Cinema da Escola". Português e Matemática têm duas aulas semanais. Há uma aula aplicada por semana em Biologia, Física, História, Matemática e Química, além de uma aula de Redação. 

Estudantes de Caxias do Sul voltam a protestar contra o Ensino Politécnico

Cerca de 1.200 estudantes voltaram a protestar contra o Ensino Médio Politécnico na manhã desta quinta-feira (18), em Caxias do Sul. O ato se iniciou às 8h45 na Praça Dante Alighieri.

Munidos de máscaras, narizes de palhaço e com os rostos pintados e cartazes nas mãos, os estudantes seguiram pelas principais ruas centrais até a sede da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), órgão que monitora a educação pública estadual de doze municípios da Serra. 

Os alunos gritaram por mudanças ou pelo fim do novo ensino médio, chamado de Politécnico e implantado desde 2012 pelo governo estadual nas escolas do Rio Grande do Sul. Eles também reclamam por conta do número excessivo de aulas da nova matéria do currículo escolar: o Seminário Integrado, que visa a execução de projetos por parte do aluno em quatro diferentes áreas do conhecimento.

Estudantes tomam a Avenida Júlio de Castilhos à caminho da 4ª CRE. Foto: Mitzrael Mattos.

Porém, para a inclusão da nova disciplina, matérias tradicionais -  e essenciais para o Vestibular e ENEM - como Português e Matemática, tiveram suas cargas horárias reduzidas. Este ponto e a falta de preparação para trabalhar com o Seminário, também foram criticados e reivindicados pelos estudantes.

Segundo a assessoria de imprensa da 4ª CRE, cinco alunos foram convidados para participar de uma reunião ainda hoje com representantes da Coordenadoria, porém não aceitaram o convite.

De acordo com um dos organizadores da manifestação, o estudante Danilo Bastos, ele e outros diversos estudantes - inclusive meninas -  foram atropelados, empurrados e sofreram ameaças por parte de policiais militares.

Kimberly Bonatto, estudante do Colégio Emílio Meyer, disse que um policial passou com uma moto sob os seus pés e que na Rua Sinimbu, próximo da Catedral, um motorista da VISATE atropelou o seu irmão. Como forma de revidar, estudantes jogaram água na janela do motorista e chutaram o coletivo. Alguns ônibus do transporte coletivo precisaram ser escoltados pela Brigada Militar, conforme informações da Rádio Gaúcha Serra.

No dia 3 de abril, cerca de 2 mil estudantes participaram de um outro protesto pela educação, também em Caxias do Sul.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Estudantes fazem manifestação pedindo melhorias no ensino público, em Caxias do Sul

Cerca de dois mil estudantes de diversas escolas estaduais de Caxias do Sul e região realizaram uma manifestação cobrando melhorias no ensino público do Brasil. O ato ocorreu na manhã desta quarta-feira (3) na Praça Dante Alighieri, no Centro de Caxias e integra a Jornada de Lutas da Juventude, que ocorre anualmente em todo o país.

Um trio elétrico foi colocado em frente à Dante, o que ocasionou no bloqueio da Avenida Júlio de Castilhos por cerca de uma hora. Enquanto no trio, militantes cantaram músicas referentes a vida estudantil e pediam melhorias em geral para a educação e a existência de um campos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Caxias, na rua, estudantes do ensino médio pediam esclarecimentos referentes ao novo ensino médio, chamado de politécnico, que entrou em vigor em todas as instituições estaduais do Rio Grande do Sul.

Ouve diversas falhas por parte da organização do protesto. Os militantes pouquíssimas vezes fizeram referência ao Politécnico e até mesmo defenderam a Reforma Agrária, que não constava na lista de "bandeiras" que seriam levantadas pela manifestação, conforme o post de uma das organizadoras do ato no Facebook. Além disso, a manifestação marcada para às 9h, se iniciou cerca de 30 minutos depois, porque, no horário marcado, os militantes saíam da Escola Emílio Meyer e se dirigiam até a Praça Dante Alighieri, assim como inúmeros alunos do Instituto Estadual Cristóvão de Mendoza, que foram da sede da escola até o local do encontro a pé. 

Os alunos reclamam que os professores não foram preparados para trabalhar na nova proposta e que disciplinas tradicionais, como Português e Matemática, tiveram a carga horária reduzida para a implantação dos Seminários Integrados, componente que visa a execução de projetos por parte do aluno.

Por volta das 10h, os manifestantes se dirigiram até a sede da 4ª CRE (Coordenadora Regional de Educação) - parte manifestou-se em frente à RBS na Rua Bento Gonçalves - para cobrar explicações da coordenadora Eva Márcia Borges Fernandes. Alguns manifestantes jogaram pedras em direção a sede Coordenadoria, ocasionando à quebra de vidros. Também foram jogados contra a 4ª CRE ovos e lixo, além de pelo menos três bombas terem sido soltadas. Uma servidora mostrou o dedo do meio para os manifestantes e a Brigada Militar precisou ser chamada. Segundo informações que ouvi no ato, o desrespeito continuou, mas desta vez envolvendo o vereador mais jovem da história de Caxias do Sul, Rafael Bueno (PCdoB), que teria chamado uma jovem de analfabeta política. 

Por volta das 12h50, com cerca de 200 alunos ainda em frente à Coordenadoria, uma estudante anunciou que os presidentes dos Grêmios Estudantis das escolas Abramo Pezzi, Assis Mariani, Cristóvão de Mendoza, Emílio Meyer, Evaristo de Antoni, EETCS, Imigrante, João Triches,Melvin Jones, São Caetano e Santa Catarina vão ser recebidos por Eva Márcia em uma reunião para que as dúvidas de todas as escolas sejam sanadas e para que sugestões quanto ao novo ensino médio sejam colocadas. O encontro ocorre nesta quinta-feira (4) às 13h30. 

O trânsito no fim da Avenida Júlio de Castilhos, onde fica a 4ª CRE, ficou complicado porque os manifestantes bloquearam a via nos dois sentidos. Os ônibus do transporte coletivo e carros de passeio precisaram ser desviados pelas ruas Ambrósio Leonardelli (sentido bairro Cinquentenário/Centro) e Ambrósio Bonalume (Centro/bairro Cinquentenário). 

Foto: Larissa Rizzon